Repartir a terra igualmente é um quesito que muitas nações já enfrentaram; enquanto outras, como o Brasil, ainda tentam solucionar. Mas por que será que em nosso país, ao invés de buscar-se a solução, apenas aplica-se um paliativo nos momentos críticos?
Na verdade, a desigualdade na divisão de terras nos acompanha desde os tempos coloniais, com as capitanias hereditárias; e perpetua-se até hoje, com os latifúndios. Em países de políticas desenvolvimentistas, a exemplo do Japão e da França, a questão agrária há muito já foi sanada.
Vários especialistas não hesitam em afirmar que o Brasil, cujas terras são 70% férteis para o cultivo de diversos produtos, tem boas condições para ser o celeiro do mundo. O lamentável é saber que a reforma agrária tem servido como suporte eleitoreiro a cada pleito.
O que nos falta definitivamente é um plano político agrário! Quando o tivermos implantado, daremos um passo decisivo para a construção de uma sociedade mais justa e de um futuro mais digno para a nossa pátria.
F.
Em 1999, quando escrevi esse texto, a reforma da moda era a agrária - que além de não ter sido resolvida, teria caído no esquecimento?
Onze anos depois, outras reformas estão em pauta, como a política e a tributária - com final diferente desta vez?
Quem viver verá!
Neste emaranhado de reformas, continuo fiel às idéias do Cristovam Buarque - a grande mudança só virá com a reforma mãe: a da educação.
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